quinta-feira, 26 de março de 2009

Mulher de Verdade


Estava eu passando por uma outra página, e me deparei com mais um texto do Jabor; e como sempre: ele ahaasou coleega!
Resolvi estampá-lo aqui também; nem ia mais postar nada hoje; mas não resisti saborear essa "crítica". hehe

"Tenho horror a mulher perfeitinha. Sabe aquele tipo que faz escova toda manhã, tá sempre na moda e é tão sorridente que parece garota-propaganda de processo de clareamento dentário? E, só pra piorar, tem a bunda dura!!!

Pois então, mulheres assim são um porre. Pior: são brochantes.

Sou louco? Então tá, mas posso provar a minha tese. Quer ver?

a. Escova toda manhã. A fulana acorda as seis da matina pra deixar o cabelo parecido com o da Patrícia de Sabrit. Perde momentos imprescindíveis de rolamento na cama, encoxamento do namorado, pegação, pra encaixar-se no padrão "Alisabel é que é legal". Burra.

b. Na moda: estilo pessoal, pra ela, é o que aparece nos anúncios da Elle do mês. Você vê-la de shortinho, camiseta surrada e cabelo preso? JAMAIS! O que indica uma coisa: ela não vai querer ficar "desarrumada" nem enquanto tiver transando. É capaz até de fazer pose em busca do melhor ângulo perante o espelho do quarto. Credo.

c. Sorriso incessante: ela mora na vila do Smurfs? Tá fazendo treinamento pra Hebe? Sou antipática com orgulho, só sorrio para quem provoca meu sorriso. Não gostou? Problema seu. Isso se chama autenticidade, meu caro. Coisa que, pra perfeitinha, não existe. Aliás,ela nem sabe o que a palavra significa, coitada.

d. Bunda dura. As muito gostosas são muito chatas. Pra manter aquele corpão, comem alface e tomam isotônico (isso quando não enfiam o dedo na garganta pra se livrar das 2 calorias que ingeriram), portanto não vão acompanhá-lo nos pasteizinhos nem na porção de bolinho de arroz do sabadão. Bebida dá barriga e ela tem H-O-R-R-O-R a qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba onde começa a pornografia. Nada de tomar um bom vinho com você. Cerveja? Esquece! Melhor convidar o Jorjão.

Pois é, ela é um tesão. Mas não curte sexo porque desglamouriza, se veste feito um manequim de vitrine do Iguatemi, acha inadmissível você apalpar a bunda dela em público, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a seqüência de bíceps e tríceps. Que beleza de mulher. E você reparou naquela bunda? Meu Deus...

Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira de bebedeira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas adora sexo. Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução (e, às vezes, nem chegam a ser um problema). Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade. Nem pra dela, nem pra sua.
E tem outra …. mulher bonita demais e melancia grande, ninguém come sozinho!!"

Arnaldo Jabor

Esperam que eu seja breve.

Ando lendo muito. Cada vez se torna mais complexo usar o tom coloquial. Sonho em versos, em rimas, em estruturas narrativas. Anoto recados telefônicos em linhas de subjetividade que confundem as pessoas e me é doloroso evitar tal delito. É, os livros estão a me fazer mal, estão me consumindo e pareço agora uma grande enciclopédia ambulante a falar como se as pessoas estivessem me lendo mas elas estão apenas me ouvindo e esperam que eu seja breve.


Por Maíra Viana, em Fevereiro de 2009

Navegando como Jack, net adentro, me deparei com o trabalho dela.
Eu já sabia que era produtora, parceira... da Trupe do Teatro mágico;

O que eu não sabia era que eu realmente podia me indentificar com alguma crônica.
Muito... bom!

terça-feira, 24 de março de 2009

MERCADORIAS E FUTURO










Mercadorias e futuro

(POR: JOSÉ PAES DE LIRA "LIRINHA")


Mercadorias e futuro

O trabalho é um processo entre a natureza e os homens
Realiza, regula, controla

Toda força é usada pra controlar e depois se divide pra produzir
Ninguém está só

Nessa terra que gira no oco, ninguém está só
(Esta só)
Nessa terra que gira no oco, ninguém está só
(Esta só)

Todos trabalham, e todos tem acesso aos frutos do seu trabalho?
(Eu pergunto)
Todos trabalham, e todos tem acesso aos frutos do seu trabalho?
(Por que?)

Estou aqui para vender uma coisa
Estou aqui em pé, no som, na luz
Para vender um livro
A terra é quem me deu, eu só plantei

Dos instrumentos de pedra aos instrumentos de metal
Estou aqui para vender um livro
Passei por lugares de ramagens pretas,
de cruel paisagem, de paragens brancas,
infinita estrada e entrocamento

Conversei com loucos seres que me responderam antes da pergunta:
(mercadorias e futuro)
Estou aqui para vender uma coisa, quem quer comprar?
Pode você não usar, mas tem os seus filhos e os que virão
Os que cairão dos rasgões do céu e do amanhã
(mercadorias e futuro)

Você conhece os filhos que estão plantados lá na colina e serão colhidos depois?
(mercadorias e futuro)

E é barato, demorou para ser feito
E esse símbolo cobrado não paga nem o papel
(mercadorias e futuro)

Dos instrumentos de pedra aos instrumentos de metal
(mercadorias e futuro)

Como mercadoria pode ser: vendido, comprado, trocado
(mercadorias e futuro)
Peço um pouco de atenção do precioso tempo de vocês
(Meu tempo é ouro)

"Oh amanhã, o que será o amanhã?"
Eu pergunto embriagado pelo vinho, pela dúvida, pelo medo da escuridão
O medo da escuridão

Um dos textos mais incriveis do Lirinha.
A peça ainda está em cartaz em São Paulo.(tá vendo, pq eu quero mudar de Estado?!)
Tô procurando o livro, difícil de ahar...
Lindo... Mara! Foda!





quinta-feira, 19 de março de 2009


É... sabe de uma coisa?


Queria hoje estar rodeada de gente, muita heineken, e muito som.

Mas me sinto num navio sem tripulação.

Assim como o pequeno bote de Jack antes de tomar de volta o Pérola.

Aliás, Capitão Jack Sparrow... (não posso faltar com respeito a uma figura tão linda.

Sexy. Charmosa. E... ui! Ah o Jack.)

Mas no entanto me sinto transbordando de amor a tanta gente...

E me recordo com ternura de tantos momentos!

E me mato de rir com tantas lembranças.

E me escondo no escuro diante da minha covardia.

E me acabo de beber sentindo tanta saudade.

E por que acabar com o Rum?

Yo Yo!

Devo muito do que sou aos bons amigos.

Honro a minha mãe guerreira.

O meu companheiro é um bom homem.

E eu?

Uma ingrata realista e que evita complicar a vida.

Eu amo com intensidade coleeega.

Nada de mentiras ou panos.

Posso até parecer uma "prima"; sem nenhum pudor ou delicadeza

Mas que me amem assim.



quarta-feira, 18 de março de 2009

Gosto mais do fundo branco; dá um ar de seriedade pro que estou escrevendo.
Se bem que eu pouco tô dando importância pro que tenho deixado trasnparecer...
Na verdade, sempre fui tão límpida quanto aos meus conceitos e pensamentos.
Mas sou tão inconstante que isso não se pode levar em conta.

Mais tarde termino isso.

domingo, 15 de março de 2009




Ah... eu tenho tido vontade de realizar mil coisas.


Mas se me perguntam: "O que você quer priorizar?"



Eu respondo: "O amor, cara..."



Eu ando muito desligada sobre muita coisa...



Nada concreto... mudanças repentinas de humor.



Caem lágrimas sob o sorriso (ainda amarelo)...



Dai eu penso: "mew, tô é louca".



Louca pra gritar... mandar muita gente se foder mesmo.



Fazer como o tal carinha perturbado de "O clube da Luta"



Escancarar o ódio e arrumar um jeito de extravasá-lo...



Ou me motivar como Jesse Custer e sair por ai a fora procurando por Deus.



Acredita que eu ando sonhando com alguém que atende por uma letra?!?



Sim... letra.



Qual o nome do seu amor?


Ah sim é só balbuciar aquela letra.



E lá está ele: Grande e onipotente.




Que letra é essa?




Ai já é demais... uma ai... que forma um desenho lindo no papel amarelo de meus pensamentos.




Não tenho escrito muito coisa-com-coisa...




Mas... deixa eu ir ali...




Pra minha vidinha preto e branco:




Fúscia quando se trata dele: aquele da tal letrinha.




quinta-feira, 12 de março de 2009

Sabe...

Os meus amores estão cada vez mais dispersos...
O que eu quero está cada dia mais distante...
Meu sorriso cada vez mais amarelo...
Os meus orgãos se deterioram...
Cigarro.
Café.
Chocolate.
Capuccino.
Coca-cola.

Menu em "c".

Paladar zero.

Dislexa quando se trata de você.

segunda-feira, 9 de março de 2009


Se acaso me quiseres
Sou dessas
mulheres
Que só
dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um
botequim
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim
E eu te farei as
vontades
Direi meias verdades
Sempre
à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que
me possuis
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim


ouvir isso ao som de Chico é...

quarta-feira, 4 de março de 2009

MINHA CRÔNICA.


Quem não amou pelo breve tempo de uma viagem, sabendo que ali na frente estava a volta com suas impossibilidades? O alongado tempo da ausência? Como se interpõe um oceano entre dois desejos, como se plantam montanhas, meridianos, paralelos entre duas ânsias de estar junto? Amantes separados têm necessidades que nenhum e-mail alivia, nenhuma carta com beijo de batom ameniza, nenhum telefonema consola – ao contrário: mais apertam o coração e o resto.
Quem não se apaixonou e teve de se afastar, só, deixando para trás um pedaço de si, transformado em metade, roubado do amor por uma transferência do trabalho, uma oportunidade, uma família que se muda? Ou quem, por outro lado, teve de ficar e se resignar, também metade? Duas metades oxidando suas cicatrizes, como laranja partida.

Quem não se enganou, pensando que era fugaz o amor e o dispensou, sem pena de o ver partir? Amor que mais tarde se revelou brasa dormindo sob as cinzas, mas agora sem remédio, pois o preterido se tornara de outra o preferido.

E quem não amou secretamente, por algum motivo?

Já foram mais duros os impedimentos do amor; as distâncias, mais impossíveis de vencer. Filhas eram postas em conventos pelos pais, que queriam matar sufocado algum amor que repudiavam. Até princesas eram encerradas em torres. Hoje princesas namoram cavalariços.

O inconfidente preso Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu de Marília, consolava-se com os poemas que escrevia para a amada no presídio de Vila Rica, impossibilitado de vê-la: "Nesta cruel masmorra tenebrosa / ainda vendo estou teus olhos belos, / a testa formosa, / os dentes nevados, / os negros cabelos". Ou este outro, escrito na prisão da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, sempre figurando a noiva: "Nesta triste masmorra, / de um semi-vivo corpo sepultura, / inda, Marília, adoro / a tua formosura. / Amor na minha idéia te retrata; / busca, extremoso, que eu assim resista / à dor imensa que me cerca e mata". Foi de lá exilado para a África e nunca mais a viu.

De tais tormentos não se podem queixar os presos de hoje, nestes tempos liberais que facultam a visita íntima – amor é abraço.

Até impedimentos banais foram cantados, como nesta canção dos anos de 1940: "Oi, eu de cá, você de lá / do outro lado da lagoa / de dia não tenho tempo / de noite não tem canoa". Boleros, sambas, valsas, modas sertanejas, tangos, blues, baladas, axés, reggaes, rocks – em todos os ritmos as canções falaram de amores a distância, porque a verdade é que amores venturosos não costumam dar ibope. "Quem parte leva saudade de alguém / que fica chorando de dor."

Há abismos que nós mesmos abrimos, por nos faltar ousadia para dar o passo; há Julietas frustradas em balcões que não galgamos, Romeus vacilantes; há barreiras como a guerra, a doença, o fanatismo, o racismo, o autoritarismo, o casamento, que os apaixonados, mesmo próximos, por fraqueza ou juízo não conseguem transpor – tudo é distância, pois amor é abraço.


por: MIM!