quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Na varanda.

Lendo um livro que mais parece um vômito, feridas expelindo secreções, cuspes de sangue.
Um ótimo livro.
Tomando uma dose de Rum atrás da outra.
Fumando o velho e câncerígeno cigarro da saudade.
Um vento gelado no rosto. Só o vento estava gelado.
Eu estava quente.
Em mais uma noite na varanda.
Lendo, bebendo, fumando e sofrendo gratuitamente outra vez.
Amando de graça.
Desejando de graça.
Deteriorando meus orgãos de graça.
E não há quem pague ou o que pague essas noites de insônia.
Essa agonia que me consome.
Esses desejos reprimidos que insistem em me derrubar.
É de graça.
Todas essas linhas são de graça.
As minhas feridas, mesmo as cicatrizadas, expelem a mesma secreção nojenta daquele livro.
Um ótimo livro.
Não saram.
Eu não deixo, porque as enxergo.
E o Rum... Ah o Rum.!
Não é de graça.
O cigarro da saudade... Ah o cigarro da saudade.!
Não é de graça.
A única coisa gratuita aqui é a minha raiva.
O sentimentalismo barato que eu insisto em cultivar.
Sim, sentimentalismo barato, porque amor não é.
E não será nunca. Não dessa forma.
Não assim, individual e mesquinho.

Happy Rum!

Um comentário:

  1. Salve...retribuindo as visitas que sempre faz...o blog ta da hora...mantenha-se sempre ativa-mente....tamo junto sistah...Jah bless!!

    ResponderExcluir

Uma tonelada de opinião...