terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em setembro quero flores!

De: O ovo apunhalado - Caio F. Abreu.

V

— mas o que chamas de paz se pressinto em ti essa coisa mansa que se faz nos outros e em cada momento que te olho inúmeras coisas escuras escorrem dentro de mim pois se a paz não é uma coisa escura pois senão não continuarei não te farei nenhuma pergunta embora precisasse não para te definir ou para te compreender não preciso saber de onde vens assim como para me definires ou me compreenderes não precisas de nenhum dado concreto mas eu não te defino nem te compreendo apenas sei que chegaste e que esta tua chegada modificará em mim todas as coisas que se tornaram suaves todas as cordialidades ou amenida des que construí nesse tempo de absoluta sede ansiava por ti como quem anseia pela salvação ou pela perdição porque qualquer coisa poderia me salvar desta imobilidade que me devasta por dentro te direi apenas para sobreviver mas já não quero sobreviver já não quero apenas ir adiante é preciso que qualquer coisa abata esta letargia porque já não admiro precariedades por que não sei o que digo nem o que sinto mas persistirei no que pressinto ainda que tudo isso seja um lento processo de morte um enveredar em direção ao mais terrível vejo em ti o meu roteiro de agonia além disso nada sei mas não fujo foram muito poucas as coisas que vivi percebo que não cheguei a existir exatamente mas não sou forte apenas construí de minhas fraquezas essa coisa que talvez chamasses força há muito tempo eu permanecia esquecido de mim mesmo foi preciso que chegasses para eu perceber que somente destruindo se pode construir agora eu quero a destruição que me propões mas não propões nada deixas que eu enverede sozinho é assim sei que não me deixarás sozinho sei que te recusas a te definires em palavras não por que eu me atemorizasse mas por que as palavras não te dizem te mos muito pouco tempo nesse pouco tempo é preciso que todos percebam em ti o que nunca viram e somente no último momento possam ver a tua face essa face terrível que todos suspeitam terrível mas eu reivindico a posse desse terrível porque me sei capaz de suportá-lo não falta muito tempo agradeço por me teres dado a consciência da minha inutilidade mas eu de nada sei nada conheço do que falo mesmo assim estou pronto embora sem compreender inteiramente sim semearemos a fome e a discórdia semearemos o que eles não seriam capazes de viver se não chegasses não me esquivarei vejo a tua mão estendida em direção a mim e estendo a minha própria mão e minha mão e tua mão se tocam e a minha espera e a tua conduz sim preparo-me para o grande mergulho no desconhecido:

— antes que tentes aviso já te disse tudo não sou nada além de meu nome meu nome é minha essência mais profunda assim como a tua talvez seja a que vivas no momento talvez nada sejas além destas paredes descascadas destes móveis poucos esta bacia de louça naquele canto mas não te julgo pelo que vejo em ti externamente não julgo a ninguém nem a mim mesmo vim duma coisa que ainda não conheces vim duma coisa enorme da es curidão e de luz mais absolutas que possas imaginar a um só tempo vim duma coisa sem medo mas não sabes que trago em mim o princípio e o fim de todas as coisas sabes por ventura que te farei meu cúmplice e despertarei teu ódio esse ódio calado que consome as vísceras por que de todos és o único que sabes da absoluta inutilida de de todas as coisas e sa bes dessa vontade incon tida de ser maior que todas essas coisas sabes dessa vontade amarga no peito de cada um e esquecida duran te a trivialidade sabes de tudo isso e por saberes é que te escolhi te digo que o acaso não existe e que aconteci no momento exato em que não suportavas mais embora não soubesses da tua exaustão é preciso que as coisas se intercalem exatamente como está sen do feito esses momentos de luz aparentemente banais é preciso essa linearidade para que subterraneamente escorra um fluxo intenso e te digo que subitamente os homens enlouquecerão e perpetrarão o que ja mais seriam capazes de perpetrar te digo dessa loucura tão próxima te digo da proximidade de tua própria destruição e sei que não temes porque eu não te escolheria se não soubesse embora saiba que temerás no momento exato e que mais tarde julgarás que foste fraco mas eu te digo ainda que todas as coisas estão sendo feitas e que não podes fugir delas porque a partir do momento em que alguém é escolhido faz-se necessário assumir essa escolha os temores não serão infundados nem mesmo esses obscuros pressentimen tos que te assaltam é preciso que alguém faça penditar a ordem das coisas por que essa ordem permane cena inabalável se não houvesse a minha chegada pois quem provou do ódio desejará provar coisas cada vez mais intensas e o mais intenso que o ódio só pode ser essa região sombria à qual os homens deram um nome mas esses de nada sabem mesmo tu de nada sabes eu vim dessa região para semear a fome e a discórdia e não preciso te convencer de nada quero apenas que te deixes conduzir toma a minha mão e vê como ela é leve toma da minha mão e pensa nos lugares para onde te levarei nesta noite de quase dezembro e agora prepara-te para o grande mergulho no desconhecido:


Queria ter escrito exatamente essas palavras ao My. R. todas elas...

Mas deixo aqui para que se deliciem.

Não consigo e nunca vou conseguir sintetizar Caio F., mas digo que ele fala por mim!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VEJA BEM, MEU BEM: EU VOU FICAR BEM AQUI.

PORQUE NÃO TENHO JOGO.
PORQUE NÃO SEI CHEGAR. E NEM SAIR. E NEM ENTRAR.

MAS ME LEVE DAQUI, E VAMOS ANDAR EM ALTA VELOCIDADE PRA LEVAR UMA BRISA FORTE NO ROSTO, E DEPOIS COM A BOCA SECA, (A MINHA DE PURA ANSIEDADE)

EXPELIR TUDO QUE NOS OPRIME.

E ELE NÃO QUER ENXERGAR QUE QUERO MUITO ESTAR LÁ.
LÁ BEM PERTO DAQUELE SORRISO.

BEM PERTO...

UNO. DUO.
PERTO.

sábado, 28 de agosto de 2010

Cheia.

É uma distração desnecessária, um apego louco, um desejo subtendido do que não tem valor.
Sinto que devo proteger. Que devo lecionar sobre coisas raras.
E eu entendo o SEU depois.
Mas não entendo o MEU agora.
E digo pra VOCÊ sentar aqui: que eu quero lhe falar.
Digo pra que ESCUTE o que EU tenho que transmitir.
E digo mais: não quero seus "deletérios". Mas se quiser vou com os MEUS.
Eu já não sei...
NÃO, não sei.
Escrevo aquelas coisas pra VOCÊ, e rasgo depois.
Rasgo os papéis, rasgo meu sorriso, rasgo EM lágrimas, rasgo as páginas. E os pés.
E porque não há reação? Rum, porque não há AÇÃO. É?
E me falta coragem sim. Pra te proteger do perigo maior que é VOCÊ.
Até acho que não durante o sono... mas é bem merecedor de mim. E de MIM.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Para: Iraci Vieira Valentim.


Um ano sem ela, uma saudade tão grande daquelas tapiocas, de ver a vóvó "mangando" do povo...

Essa foto é a mais bela recordação que temos.
Onde estará ela agora? Me indago... Mas sei que haverá um reencontro.

Meu amor e saudade eterna para ti Vóvó.




domingo, 22 de agosto de 2010

"Sentado ali, bebendo, considerei a opção do suicídio, mas me senti estranhamente apaixonado pelo meu corpo, pela minha vida. Apesar das cicatrizes que marcavam meu corpo e minha existência, ambos eram propriedades minhas. Eu podia me levantar agora e sorrir com escárnio para meu reflexo no espelho da cômoda: se você tem que ir, que leve ao menos uns oito junto, uns dez, uns vinte...Era uma noite de dezembro, um sábado. Estava no meu quarto e tinha bebido muito mais que o de costume, acendendo um cigarro no outro, pensando nas garotas e na cidade e nos empregos e nos anos que ainda viriam. Olhando para o devir, eu gostava muito pouco do que via. Eu não era um misantropo ou um misógino, mas gostava de estar sozinho. Era bom estar solitário num lugarzinho, sentado, fumando e bebendo. Sempre tinha sido uma boa companhia para mim mesmo."

Bukowski, esse velho ainda me levará aos confins de qualquer poço!
"...Eu causo nas pessoas um tipo de enjôo com meu jeito,
com minha carência,com minha ânsia por atenção.
Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram
em minha vida e sinceramente,não sei o quanto
isso é bom nos dias atuais.
Talvez esse seja o meu pior defeito..."
Caio F.
"Eu devo reconhecer que ninguém me conhece. Não realmente. Os que mais sabem não sabem da metade. Não deixo todos os segredos escaparem de mim, não mesmo. Uma delicadeza com os outros, eu diria, pois não quero assustar as pessoas com meu passado. Em especial aquelas que continuaram gostando de mim após o pouco que souberam. Mesmo porque aquela, que fez aquilo, não está mais aqui. Eu sou literalmente outra."
YOUNG, Fernanda.
...o que é obsceno? obsceno? ninguém sabe até hoje o que é obsceno. obsceno para mim é a miséria, a fome. a crueldade, a nossa época é obscena...”.

Hilda Hilst


Kansas - "Carry On Wayward Son" 1976 Video

sábado, 21 de agosto de 2010

" A desolação é o presente. O resto é uma prova de sua paciência do quanto realmente quis fazer e farei, apesar do menosprezo."

Bukowski.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

TRADUZIR-SE




Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

por: Ferreira Goulart, e cantando e encantado por Fagner.

domingo, 15 de agosto de 2010

Vacas na aula de arte

clima bom

é como

boas mulheres –

não acontece sempre

e quando acontece

nem sempre

dura.

um homem é

mais estável:

se ele está mal

há mais chances

dele continuar desse jeito,

ou se ele está bem

ele pode se

agüentar,

mas uma mulher

fica alterada para sempre

pelos filhos

pela idade

dieta

conversa

sexo

a lua

a ausência ou

presença do sol

ou bons tempos.

uma mulher deve ser tratada

para subsistir

por amor

quando um homem pode tornar-se

mais forte

sendo odiado.

esta noite estou bebendo no Spangler’s Bar

e eu lembro das vacas

que pintei uma vez na aula de Arte

e elas pareciam boas

elas pareciam melhores que qualquer coisa

aqui. eu estou bebendo no Spangler’s Bar

imaginando quem amar e quem

odiar, mas acabaram as regras:

eu amo e odeio apenas

a mim mesmo –

os outros estão além

como laranjas caídas da mesa

e rolando pra longe; é o que tenho que

decidir:

me matar ou

me amar?

qual é a traição?

de onde a informação

está vindo?

livros... como cacos de vidro:

eu não limparia o rabo com eles

e no entanto, está

escurecendo, vês?

(nós bebemos aqui e nos

falamos e parecemos saber.)

pinte a vaca com as maiores

tetas

pinte a vaca com o maior

traseiro

o balconista me joga uma cerveja

ela corre pelo balcão

como um velocista Olímpico

e o par de alicates que é minha mão

para-a, levanta-a,

dourada, estúpida tentação,

eu bebo e

fico ali

o clima ruim para vacas

mas meu pincel está pronto

pra acertar

o olho de palha na grama verde

a tristeza me toma

e eu bebo a cerveja direto

peço uma dose

rápido

pra me dar a coragem e o amor para

ir

adiante.



Bukowski, me embriagando pra variar!
Queria escrever qualquer coisa grande, ou muito triste ou muito escura. Mas vai sair tudo parecido comigo: desinteressante, miúdo, turvo.

Caio, nesse domingo podre!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem."
(Moska)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amor, meu grande amor.

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras...

Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo
Ou se sou água...

Amor, meu grande amor
Me chegue assim
Bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir
O que não sente...

Que tudo o que ofereço
É, meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim, até o começo...

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira...

Enquanto me tiver
Que eu seja
O último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Me reconheça...

(Frejat)

Acordei pensando nessa musica hoje... Again!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dourados Esverdeado.

A respiração dele tem cheiro, ele respirava nas minhas costas e eu sentia perfume.

Na verdade fiquei horas imaginando aqueles olhos dourados esverdeado, num formato tão infantil... É uma sensação inexplicável... É tão ruim pensar nisso por horas, me sinto uma completa idiota. Eu podia estar pensando na história social e cultural. Também penso. Mas ele sempre interrompe. Não atrapalha. Mas interrompe.

Minha vontade era virar pra ele e dizer: “Senta lá! Você não tem o direito de ter esses olhos, nem de inspirar perfume, nem de tomar minhas idéias, e nem de me fazer te desejar!”

Ele ia rir achar que sou louca, e meus planos desmoronariam.

Espera: planos?

Não, planos não pode. De jeito nenhum. É apenas olhos dourados esverdeado numa pele branca! Não faz sentido fazer planos pros olhos de ninguém.

E nem faz sentido nenhum esse encanto. Ele é um amor. Mas não se pode ir á ruína por causa de olhos. Nem porque ele respirou perfume nas minhas costas...

Mas curiosidade me sobra por aquela pele branca. Chega a ser maldosa e bastante intencional as perspectivas.

Não, perspectiva também não. Preciso é colocar a cabeça no lugar. Porque não vai rolar. Não vai. Sinto que será uma desventura, um devaneio sem mais significado.

E disso estou (tentando) fugir.

Beijosfalei =**







Feliz Aniversário meu bem!

Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?
Sei lá, sei lá
Nos dias frios em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto
De amar, de amar

Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte

Nesse mundo de tantos anos
Entre tantos ou outros
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor.

Entre tantos outros
Entre tantos anos
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor

Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor.

(Vanessa da Mata)


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Desordem, divagação apática por todas as áreas do saber, meditação indolente junto da sedenta lamparina de azeite; embrutecimento erudito em robe de chambre em vez de embrutecimento junto da caneca de cerveja, insociabilidade repugnante com menosprezo total pelas boas maneiras"

então Bukowski era quase Marx???

domingo, 8 de agosto de 2010


"Um hálito de música ou de sonho, qualquer coisa que faça quase sentir, qualquer coisa que faça não pensar." Pessoa, me corroendo ultimamente!

sábado, 7 de agosto de 2010

Parte II

Ela é doce. Perfume doce. Gosto doce. Uma doçura.

Extasiante!

Daquelas que só se encontra no bar, ou em meio ao caos. Apesar da expressão calma.

Quente como brasa mesmo.

Seletista de uma maneira que me lisonjeia.

Intelecto e personalidade incontestáveis!

É incontestável também que somos assim conectadas com a mesma viagem.

E isso é muito bom. Sempre bom!

Parte I

Ele é lindo. A primeira vista assim, não se vê quase nada.

Só um rosto branco, e uns olhos chamativos. Eu bem queria ter os olhos daquele formato.

Uma pessoa que se passasse por mim na rua, não me chamaria atenção. Mas ele é de uma gentileza, de uma prestatividade, de uma tranquilidade que me contagia... Aqueles olhos miúdos, uma boca tão rosa, daquelas que pede beijo, que parece até ter gosto sabe?!

E eu não consigo imaginar que gosto tem, mas me sinto altamente curiosa. Curiosa mesmo. Há tempos eu não ficava assim curiosa dessa maneira diante de alguém. E isso não é paixão, é fogo mesmo, curiosidade, sei lá.

Eu pensei em escrever isso em terceira pessoa, fazer um conto com a idéia da curiosidade, ou falar dele e só dele sem expressar opinião.

Não consegui, eu pre-ci-sa-va deixar claro o meu súbito interesse e curiosidade.

Se não matar essa curiosidade não dormirei direito por dias pensando nisso. Intrigada e chateada.

Droga.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

alguma versão de desabafo novo.

Eu não consigo mesmo entender esses meus devaneios.

Não, eu não me importo com essas opiniões, com essas rotulações.

Mas me importo com as perdas, com os danos, com a desventura.

Tenho medo da perda. Tenho medo da solidão. E aprendi a temer também os julgamentos da vida. (não os das pessoas)

Não sei perder, fato.

Sinto muito sempre que não tenho ao meu lado, ou não tenho, só pra ter mesmo. Isso é egoísmo. Isso é impertinência. O sumiço das pessoas, a falta que elas me fazem, as lembranças que ficam me magoam por demais. Dói. Aflige.

O triste, o que lamento, é que EU me perco das pessoas porque não sei ser otimista, não sei me doar, não sei declarar verdadeiramente. Sempre trato de esconder ou oprimir. Deixo meu pessimismo, desapego e a amnésia dos bons momentos me afastarem, só pra dizer que sou forte, que supero, que sou “engraçadinha”, uma boba ás vezes. Mas sentimental nunca! Não posso, nunca pude (e não sei se vou ainda) me permitir sentimentalismo, apego, e afins.

Mas a verdade é que a saudade me mata ainda. Esse amor todo que guardo comigo, essa amizade, essa ternura vai me sufocar um dia. Até mesmo a simpatia que tento esbanjar é uma forma de fugir dessa solidão que temo tanto.

Sim, eu me esforço.

A verdade é que se eu tivesse coragem daria abraços grátis, “beijaria o português da padaria”, distribuiria sorrisos mil, e diria pra cada uma dessas pessoas de valor o quanto eu amo. E amo sim. E amo muito. E não vivo sem. Até pros novos companheiros de luta eu diria “é possível amar você sabia?” sem medo. Sem pudor. Só pelo prazer da liberdade.

domingo, 1 de agosto de 2010

Rage Against the Machine é confirmado!!!

Rage Against the Machine é confirmado no SWU - e saem mais informações sobre ingressos Música | Omelete

RAGE AGAINST THE MACHINE NO BRASIL PORRAAA!

AI MEU CORAÇÃO!

Canção


    O peso do mundo
    é o amor.
    Sob o fardo
    da solidão,
    sob o fardo
    da insatisfação

    o peso
    o peso que carregamos
    é o amor.

    Quem poderia negá-lo?
    Em sonhos
    nos toca
    o corpo,
    em pensamentos
    constrói
    um milagre,
    na imaginação
    aflige-se
    até tornar-se
    humano -

    sai para fora do coração
    ardendo de pureza -

    pois o fardo da vida
    é o amor,

    mas nós carregamos o peso
    cansados
    e assim temos que descansar
    nos braços do amor
    finalmente
    temos que descansar nos braços
    do amor.

    Nenhum descanso
    sem amor,
    nenhum sono
    sem sonhos
    de amor -
    quer esteja eu louco ou frio,
    obcecado por anjos
    ou por máquinas,
    o último desejo
    é o amor
    - não pode ser amargo
    não pode ser negado
    não pode ser contigo
    quando negado:

    o peso é demasiado
    - deve dar-se
    sem nada de volta
    assim como o pensamento
    é dado
    na solidão
    em toda a excelência
    do seu excesso.

    Os corpos quentes
    brilham juntos
    na escuridão,
    a mão se move
    para o centro
    da carne,
    a pele treme
    na felicidade
    e a alma sobe
    feliz até o olho -

    sim, sim,
    é isso que
    eu queria,
    eu sempre quis,
    eu sempre quis
    voltar
    ao corpo
    em que nasci.

Allen Ginsberg.